terça-feira, 26 de março de 2013

Eleições na Guiné-Bissau este ano e sem interferências ou ameaças, defende Ramos-Horta


José Ramos-Horta, novo representante da ONU na Guiné-Bissau
O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, defendeu que as eleições no país têm de ser este ano e sem interferências nem ameaças, que serão inaceitáveis para a comunidade internacional.
 
Em declarações aos jornalistas durante o fim de semana em Cacheu (norte), que hoje foram divulgadas, José Ramos-Horta disse ser muito importante que cada político e militar guineense ganhe a consciência de que “não poderá haver mais deferimento do prazo das eleições” e de que as mesmas “terão de ser muito transparentes, sem interferências dos militares e sem ameaças”.
 
“Porque nenhum de nós, os atores internacionais, vai aceitar que a comunidade internacional invista aqui, que queira ajudar, e que no entanto seja testemunha de possíveis ameaças, de violência, antes ou depois das eleições”, justificou.
 
José Ramos-Horta disse ainda que os guineenses têm de entender que para convencer a União Europeia a levantar algumas sanções tem de haver na Guiné-Bissau “um respeito escrupuloso pelos princípios da democracia, dos direitos humanos e da justiça”. “Porque estamos no século XXI e África também está no século XXI. Já não estamos na década de 60, quando se faziam golpes e se matava com impunidade”, salientou.
 
O responsável pelo Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) considerou que o país vive talvez a única e última “janela de oportunidade” para que as elites política e militar se entendam, “depois de décadas de problemas, conflitos, ódios e desconfianças, que arruinaram o país”. A comunidade internacional, disse, apoiará a Guiné-Bissau se houver uma vontade política séria de que haja eleições este ano e que seja constituído um governo credível e legítimo, seguindo-se depois uma também séria reorganização das Forças Armadas e de todo o Estado guineense.
 
O momento atual é “a grande oportunidade. Se essa oportunidade se perder as elites guineenses é que saberão explicar ao mundo e terão de tentar convencer para mais uma oportunidade, e mais outra. Mas do que eu sei da comunidade internacional esta é a última janela de oportunidade”, acentuou Ramos-Horta.
 
O responsável admitiu que tem sido difícil defender a Guiné-Bissau junto da comunidade internacional, de Abuja (Nigéria) a Bruxelas, de Lisboa a Nova Iorque, porque há “uma enorme falta de crença em relação à Guiné-Bissau”, embora alguns concordem que é necessário “dar outra oportunidade” ao país. “Estou convencido de que vão dar, mas depende do que vai acontecer nos próximos meses”, disse.

FONTE: www.gbissau.com

segunda-feira, 25 de março de 2013

Guiné Bissau: Mais de seis mil lares no interior da Guiné-Bissau têm a partir de Sexta feira iluminação solar

Mais de seis mil lares no interior da Guiné-Bissau têm  a partir de Sexta feira iluminação solar, num projeto montado por uma organização não governamental que quer ajudar a erradicar a pobreza e o analfabetismo no país.
 
Segundo Idrogidro Barbosa, um dos responsáveis da ONG Effective Intervention, o projeto Energia para o Povo, a ser lançado hoje na aldeia de Nhala, no sul da Guiné-Bissau, visa levar a iluminação a 6500 lares em 120 tabancas (aldeias) nas regiões de Quinará e Tombali, zonas onde não há energia elétrica.
 
O responsável do projeto explicou à Lusa que a ideia é ajudar a combater a pobreza e o analfabetismo naquelas zonas da Guiné-Bissau através do recurso à energia solar que irá possibilitar o aumento da frequência escolar das crianças e raparigas, produção de alimentos e ainda dar oportunidade de lazer nas tabancas.

FONTE: Novas da Guiné Bissau e Rádio Pindjiquiti

sexta-feira, 22 de março de 2013

Governo de transição Guiné-Bissau e empresa angolana discutem exploração de bauxite em abril

Lusa,21 de Março de 2013 – O Governo de transição da Guiné-Bissau aguarda a ida a Bissau de uma delegação da empresa angolana Bauxite Angola, em abril, para renegociar as quotas da exploração do minério, disse hoje o ministro dos Recursos Naturais guineense. Daniel Gomes afirmou que as autoridades de transição já comunicaram à empresa Bauxite Angola (que tem a concessão de exploração das jazidas de bauxite no leste da Guiné-Bissau) de que tem de ir a Bissau para a renegociação das quotas, que o Estado guineense considera insatisfatórias.
 
O Governo de transição não concorda que a Guiné-Bissau tenha apenas 10 por cento de quota da exploração, enquanto a parte angolana fica com os restantes 90 por cento. O Governo guineense quer uma reformulação das quotas, passando a Guiné-Bissau a ter 85 por cento, ao invés dos atuais 10 por cento, e a Bauxite Angola 15 por cento. “Devem cá vir para falarmos de forma aberta. Como sabem, a Bauxite Angola está na Guiné-Bissau há seis anos, mas até hoje não se viu nada do que fizeram.
 
Angola é um país irmão, passámos muitas coisas juntos, temos a história comum, falamos a mesma língua, fizemos lado a lado a luta armada pela independência dos nossos países, mas hoje somos países independentes e cada qual cuida da sua casa”, declarou Daniel Gomes. O ministro disse que os responsáveis da empresa devem estar em Bissau “talvez na primeira quinzena de abril”.

O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicoti, disse ontem em Luanda que Angola continua interessada na exploração de bauxite na Guiné-Bissau, mas para isso é preciso que haja “um ambiente de paz”. Georges Chicoti reagia a recentes acusações do governo guineense de Angola, que devia explorar bauxite (minério a partir do qual é produzido o alumínio) no leste da Guiné-Bissau, nada ter feito desde que assinou o contrato de exploração, há sete anos.
 
As acusações feitas pelo ministro dos Recursos Naturais do Governo de transição da Guiné-Bissau, Daniel Gomes, numa entrevista recente dão conta ainda que a empresa Bauxite Angola não apresentou estudos de impacto ambiental e de viabilidade económica conforme previsto no contrato.
Georges Chicoti disse hoje que as autoridades angolanas não foram ainda contactadas nem pelo Governo guineense nem pela empresa Bauxite Angola. “Acho que é um problema que tem que implicar conversações entre a empresa e o Governo da Guiné-Bissau”, referiu o governante angolano, salientando que a situação atual daquele país lusófono “não facilita o engajamento das empresas, não só angolanas, mas de outras empresas”.

Questionado sobre se Angola continua interessada a realizar investimentos naquele país, Georges Chicoti disse que sim, “desde que haja um ambiente que permita trabalhar na Guiné-Bissau ou noutros sítios”. A administração da Bauxite Angola, empresa de capitais públicos angolanos, é ainda acusada de ainda não ter respondido às solicitações que o ministro dos Recursos Naturais guineense fez, em agosto de 2012, para que apresentasse “o rasto” de 13 milhões de dólares (9,9 milhões de euros) que deveriam ser pagos no momento da assinatura do contrato com o Estado guineense.

O Ministério Público guineense considerou que o contrato assinado entre o Governo de Bissau e a empresa Bauxite Angola, em 2007, não está conforme as leis do país e que pode ser rescindido.
 
FONTE: www.gbissau.com (Lusa, 21 de Março de 2013)

Guiné Bissau: "Temos interesse"...desde que haja um ambiente de paz

O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicoti, disse hoje em Luanda que Angola continua interessada na exploração de bauxite na Guiné-Bissau, mas para isso é preciso que haja "um ambiente de paz". Georges Chicoti reagia a recentes acusações do governo guineense de Angola, que devia explorar bauxite (minério a partir do qual é produzido o alumínio) no leste da Guiné-Bissau, nada ter feito desde que assinou o contrato de exploração, há sete anos. As acusações feitas pelo ministro dos Recursos Naturais do Governo de transição da Guiné-Bissau, Daniel Gomes, numa entrevista recente dão conta ainda que a empresa Bauxite Angola não apresentou estudos de impacto ambiental e de viabilidade económica conforme previsto no contrato. LUSA

FONTE: Ditadura do Consenso

sexta-feira, 15 de março de 2013

Estádio Nacional da Guiné-Bissau assaltado uma semana após remodelação

O Estádio Nacional de futebol da Guiné-Bissau, remodelado por chineses e entregue na semana passada, foi assaltado, tendo sido roubados dois painéis solares e três colunas do som, disse hoje à Lusa fonte da direção-geral do Desporto.
 
De acordo com a fonte, o assalto ocorreu na madrugada de domingo para segunda-feira mas até hoje não se sabe quem foi o autor do roubo. A Polícia Judiciária já está no terreno com vista a tentar descobrir o autor do roubo. No dia da entrega da infraestrutura pela equipa chinesa que a reconstruiu, o Presidente guineense de transição, Serifo Nhamadjo, pediu ao primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, para que colocasse uma equipa de segurança no local.
 
FONTE: Novas da Guiné Bissau

Guiné Bissau: Pansau Intchama acusa individualidades guineenses de cumplicidade

Capitão Pansau Intchama, alegado protagonista da tentativa de assalto ao Regimento de Comandos, a 21 de Outubro de 2012
O Capitão Pansau Intchama, alegado protagonista da tentativa de assalto ao Regimento de Comandos, a 21 de Outubro de 2012, foi julgado, esta quarta-feira, 13 de Março, no Tribunal Militar Regional. O julgamento, que teve início esta terça-feira, visa 17 suspeitos acusados de atentado contra a Segurança do Estado, Traição à Pátria e tentativa de assalto ao local fortificado. O considerado autor da tentativa de assalto ao Regimento de Comandos negou ontem ter sido o cabecilha operacional da acção, afirmando que o seu envolvimento foi imposto pelo antigo Chefe de Estado de Maior General das Forcas Armadas, José Zamora Induta, enquanto superior hierárquico, com quem mantinha relações muito privilegiadas.
 
Tudo terá começado quando este o convocou, de Portugal para a Gâmbia, país que, segundo disse, o permitira visitar a sua família, em Bissau. Quando chegou a Banjul terá sido informado da missão, a qual não podia recusar, sob pena de perder a vida. Aceitou e envolveu-se na operação «contra a sua vontade». Pansau Intchama acusou as autoridades gambianas de participação na operação, com conivência de proeminentes figuras políticas guineenses, de entre as quais se destacam Iancuba Indjai, da Frente Nacional Anti-Golpe, Óscar Barbosa, Marciano Silva Barbeiro, Tomás Gomes Barbosa, todos do PAIGC, Fodé Cassamá, militar na reserva e o então secretário de Estado dos Combatentes. Distinguem-se também Mussa Djata, actual responsável do Pelouro, e Silvestre Alves, advogado e líder do Movimento Democrático Guineense (MDG).
 
Ainda numa das suas passagens, o Capitão fez referência a Domingos Simões Pereira, na altura Secretário Executivo da CPLP, com missão de coordenar a parte política do acto, e Joseph Mutaboba, o último Representante do Secretário-geral da ONU em Bissau, afirmando que este último teria aconselhado Zamora Induta a escolher um oficial subalterno para dirigir a acção, e não uma alta patente. Daí a razão da sua escolha, apesar de ter dito, nas suas intervenções, que não foi o líder da operação.
 
Pansau Intchama permaneceu, por alguns momentos, irritado com as perguntas dos advogados, obrigando à intervenção do colectivo de juízes, tendo-se mostrado revoltado por ter sido «abandonado» em Portugal pelo Estado guineense, depois de ter terminado o curso de infantaria.
Enquanto falava, os outros suspeitos, nomeadamente o Capitão-de-mar-e-guerra, Jorge Sambu, e o Tenente Coronel Braima DEDJU, mostravam total discordância das declarações.
 
Apesar disso, Pansau Intchama não desarmou e, durante o seu testemunho, assumiu ter sabotado a operação ao perfurar com balas o pneu da viatura com a qual assaltaram o Regimento de Comandos em Bissau, depois da missão cumprida e quando se preparavam para deixar o aquartelamento.
Justificou esta atitude com o facto de as armas roubadas irem ser entregues à juventude do PAIGC, não estando disposto a tal acção. O julgamento deste caso vai prosseguir, dado que faltam ainda ouvir 13 dos 17 acusados.
 

Guiné-Bissau à espera do roteiro político

Enquanto a comunidade internacional aguarda com impaciência uma proposta nacional de retorno do país à legalidade, as forças políticas guineenses não se entendem sobre quem deve fazer o quê e quando. Visitas de diversas delegações de organizações financeiras multilaterais sucederam-se em fevereiro na capital guineense, dando a impressão que Bissau se tornou novamente frequentável, o que na verdade é mera aparência. Na realidade, o país permanece instável e os militares e seus aliados políticos continuam avessos à partilha do poder conquistado pela força há cerca de um ano.

E não faltaram também os habituais episódios de espancamento e detenções, com a diferença de que desta vez as vítimas das brutalidades castrenses foram alguns dos homens de mão e elementos da guarda do Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, António Indjai. Na arena política, a perspetiva de constituição de um Governo de consenso alargado, que iria melhorar as relações das autoridades com os parceiros externos, criou o pânico em alguns círculos instalados no aparelho do Estado, e levou ao reacender das hostilidades e ao atraso na criação de consensos para tirar o país de mais uma transição.

As eleições gerais que deviam restabelecer o processo democrático já não serão em maio e, de reunião em reunião, já se admite que possam ocorrer daqui a três anos, como preferem os militares, que continuam a mover os cordelinhos. E a Comissão Nacional de Eleições (CNE) permanece sem presidente desde outubro, situação que se espera ultrapassar ainda este mês. Contudo, o maior golpe no processo de normalização institucional é a tentativa de instituir um Conselho Nacional de Transição, o Parlamento de transição, que já tinha sido chumbado, até pela complacente CEDEAO. Os seus proponentes apelidaram-no de Comissão Multipartidária e Social de Transição, e teria atribuições e privilégios equivalentes aos da Assembleia Nacional.
África 21
 
FONTE: Ditadura do Consenso (Antônio aly Silva)

Guiné Bissau: Serifo Nhamadjo ameaça demitir-se

Esta quinta-feira, o Presidente de transição Serifo Nhamadjo ameaçou abandonar a cadeira da presidência caso persista o clima de divergência entre os partidos sobre a formação de um novo Governo e de um roteiro para os meses que faltam para a conclusão da transição. Estas declarações, pronunciadas na abertura de um encontro promovido pelo Movimento da Sociedade Civil com os militares sobre a busca de diálogo nacional, surgem no momento em que o Representante do Secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, acaba de reiterar que os parceiros do país poderiam voltar à Guiné-Bissau se as autoridades de transição definissem um calendário eleitoral e se formassem um governo inclusivo.

Neste contexto em que a comunidade internacional incita o executivo de transição Guineense a definir uma estratégia, Serifo Nhamadjo teceu as suas advertências declarando estar cansado das divergências entre os políticos "motivados por interesses egoístas." Liliana Henriques/RFI
 
FONTE: Ditadura do Consenso (Jornalista António Aly Silva)

terça-feira, 12 de março de 2013

Guiné Bissau: Bancada parlamentar do PAIGC levanta questão de incompatibilidade do secretário executivo adjunto e porta-voz da CNE

Rui Diã de Sousa (centro), Presidente da Comissão da revisão do Pacto de Transição
A bancada parlamentar do PAIGC levantou segunda-feira, a questão de incompatibilidade do secretário executivo adjunto e porta-voz da CNE e dirigente do Partido da Renovação Social(PRS). Trata-se de Orlando Mendes Viegas, atualmente um dos vice-presidentes dos renovadores e presidente da comissão organizadora do último congresso ordinário do PRS em dezembro de 2012.
O líder da bancada parlamentar do PAIGC, Rui Diã de Sousa, foi quem suscitou este assunto através de um requerimento dirigido à mesa da Assembleia Nacional Popular (ANP).
 
Rui Diã de Sousa – “Nesta mesma lei 4/2010, no número 2 do seu Artigo 7º, fala de incompatibilidade em relação aos membros que compõem este órgão. Na matéria de incompatibilidade, o Artigo diz – as funções dos membros do secretariado executivo são incompatíveis com cargos de dirigentes de órgãos de partidos, associações políticas, militância ou fundações com eles conexas”.
 
“Existe uma situação que é anómala. É uma matéria ligada à nossa  casa, por isso, gostaríamos que fosse procurada alguma solução. Todos nós, enquanto trabalharmos, estamos sujeitos a errar um dia. Mas, o importante é nos corrigirmos imediatamente”, avançou Diã de Sousa. Também o primeiro secretário da mesa de ANP, João Seidiba Sané, deputado do PAIGC, foi mais direto na acusação, considerando como ‘descarada’ esta violação por parte do Orlando Mendes Viegas.
 
Em reação, os deputados do PRS, entre eles Certório Biote e Embunhe Nancada, prometeram resolver o assunto no seio do seu partido, mas apontaram, em contrapartida, algumas incompatibilidades cometidas pelo PAIGC.

FONTE: www.gbissau,com (Rádio Bombolom-FM, 11 de Março de 2013)

Professores da Guiné-Bissau terminam greve

Professores da Guiné-Bissau terminam greve
Os professores das escolas públicas da Guiné-Bissau retomaram esta segunda-feira as aulas após três semanas de greve, que levantaram mediante o pagamento de um dos quatro meses de salários em atraso, disse o sindicalista Luís Nancassa.
 
Segundo Nancassa, presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sinaprof) da Guiné-Bissau, o Governo comprometeu-se a pagar um mês de salário - dos quatro em atraso -, dar início ao processo de efectivação dos professores do novo ingresso e ainda a mudança de letras na folha do pagamento.
Estas são as três reivindicações que os dois sindicatos dos professores guineenses consideram inegociáveis dos 11 pontos constantes no caderno reivindicativo apresentado no início da greve, que deveria durar 30 dias.
 
Após a mediação do Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, que juntou o Governo e os sindicatos à mesma mesa, os professores decidiram retomar as aulas como forma de "evitar que o ano lectivo venha a ser anulado", observou o presidente do Sinaprof.  "Peço aos professores que compreendam os sindicatos, estamos a fazer no mínimo o que podemos, porque também não podemos andar à paulada com o Governo. Insistimos, mas o Governo continua irredutível na sua postura de demonstração de falta de sensibilidade para com os professores", afirmou Luís Nancassa.
 
"Apelo aos professores para que voltem às salas de aulas a partir de hoje para que não ponhamos o ano lectivo em causa", insistiu o sindicalista. As aulas recomeçaram, mas a meio gás, sobretudo nas escolas de Bissau, situação que é recorrente de cada vez que há o levantamento da greve dos professores. Nos primeiros dias do recomeço das aulas os alunos e alguns professores não costumam comparecer nas escolas.
 
FONTE: Novas da Guiné Bissau

Guiné Bissau: Tribunal militar julga Pansau Ntchama

Pela primeira vez nos últimos 14 anos, na Guiné-Bissau, o Tribunal militar inicia o processo de julgamento do Capitão Pansau Ntchama, esta terça-feira, 12 de Março. Pansau Ntchama foi detido a 27 de Outubro de 2012, sob a acusação de atentado contra o Estado e ataque à força de elite em Bissau. A sessão de julgamento tem lugar no Salão do Clube Desportivo das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).
 
FONTE: Novas da Guiné Bissau

domingo, 10 de março de 2013

Guiné Bissau: Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau discute instabilidade com os militares

O Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau organiza a partir de hoje e até dia 15 encontros com os militares para falar das causas da instabilidade no país, disse à Lusa Mamadu Quetá, vice-presidente da organização. De acordo com Mamadu Quetá, que é também o porta-voz do Movimento da Sociedade Civil guineense (plataforma que congrega mais de cem organizações), pretende-se juntar na mesma sala os militares, os políticos, os líderes religiosos e tradicionais, a juventude e as mulheres para falarem "olhos nos olhos das causas da instabilidade" no país.
 
"Depois de várias situações de conflito que o país conheceu, onde os principais protagonistas foram os militares, há uma desconfiança visível da sociedade civil em relação aos militares. É preciso reverter isso na base do diálogo e concertação permanente", defendeu Quetá.  A ideia, adiantou o porta-voz do Movimento da Sociedade Civil, "é pôr toda a gente a explicar na sua perspetiva quem é o responsável pela instabilidade", mas sempre "num clima de respeito".
 
"Alguns apontam os militares e outros os políticos como responsáveis pela instabilidade e numa mesa vai-se discutir isso de forma franca", observou, assinalando que a iniciativa, patrocinada pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, visa dar uma nova imagem do país. "Estamos a trabalhar para a emergência de cultura de paz no país e desta forma criar um clima de confiança entre os militares e a sociedade civil", defendeu o porta-voz do movimento.
 
Os encontros, que devem ser iniciados hoje na cidade de Buba, sul do país, vão decorrer também em Mansoa, Bafatá e Bissau. As conclusões serão remetidas às autoridades do país, aos líderes políticos e aos representantes das instituições da comunidade internacional, afirmou Mamadu Quetá.
 
FONTE: Novas da Guiné Bissau

Guiné Bissau: José Mário Vaz, «JOMAV», define «felicidade do povo» como razão da sua candidatura ao PAIGC

José Mário Vaz, «JOMAV», ex-ministro das Finanças, defendeu que o objectivo da sua candidatura à liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), visa «dar felicidade» ao povo guineense. «Sou feliz, vivo feliz, porque é que não posso partilhar esta felicidade com outras pessoas? Gostaria que fosse mesmo extensível a todos», referiu o candidato à liderança do PAIGC.
Em conferência de imprensa, realizada a 7 de Março, em Bissau, José Mário Vaz anunciou publicamente a sua intenção de se candidatar a Presidente da maior formação política do país. Na ocasião, disse acreditar nos seus apoiantes e, consequentemente, na sua eleição. O antigo ministro manifestou a sua vontade de continuar ao serviço da Guiné-Bissau, reconhecendo o desafio que espera pela frente na disputa com outros candidatos, tendo sublinhado que existem grandes desafios, nomeadamente a organização interna do partido e o crescimento da economia da Guiné-Bissau, bem como o combate ao desemprego nas camadas jovens.

«Se não houver reconciliação na família PAIGC, vamos ter problemas sérios. Cada um de nós deve contribuir para esta reconciliação», apelou o candidato. José Mário Vaz mencionou também algumas situações que deverão ser resolvidas para a afirmação do PAIGC, que passam pela reconciliação da base do partido com os responsáveis máximos, pela situação financeira e pelo consequente desenvolvimento do país: «A base e o topo não falam a mesma linguagem».

A situação económica do país, a sua passagem pela Presidência da Câmara Municipal de Bissau e pelo Ministério das Finanças, mereceram igualmente destaque por parte de JOMAV. Relativamente ao funcionamento da Administração Pública, JOMAV classificou o Estado guineense como «atrevido», que desconhece a sua área de atuação. «O Estado da Guiné-Bissau não conhece o seu lugar, é desorganizado e incompetente», referiu.
No mesmo encontro com a imprensa JOMAV afirmou que, em caso de derrota, vai aceitar os resultados da votação, tendo lembrado que as situações de género têm gerado polémica em ocasiões semelhantes.

ULTIMA HORA: Estamos juntos.

Graça e paz amados amigos e leitores!
 
Pedimos as nossas sinceras desculpas por não postagem com frequência no nosso blog nestes últimos dias. Desde a nossa chegada a Guiné Bissau temos encontrado dificuldade para postar com mais rapidez assim como fazíamos no brasil. Mas acreditamos que logo-logo será resolvido.
 
Acredite juntos mudaremos a história da Guiné Bissau, pois juntos somos mais fortes de que individualmente.
 
N´na Ordidja


sábado, 2 de março de 2013

Durão Barroso pede regresso à normalidade constitucional na Guiné-Bissau, em mensagem lida em Díli

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, pediu hoje, numa mensagem lida em Timor-Leste, à Guiné-Bissau para regressar à normalidade constitucional com um relacionamento entre civis e militares que obedeça aos princípios democráticos. A mensagem de Durão Barroso foi lida pela representante da União Europeia Sylvie Tabesse, na sessão de encerramento da nona reunião dos ordenadores nacionais do Programa Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Timor-Leste e União Europeia.
 

CEDEAO sugere eleições na Guiné-Bissau até final do ano, diz PR de transição

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) considera que a Guiné-Bissau deve de criar condições para realizar eleições gerais até ao fim do ano, disse hoje o Presidente de transição guineense. Serifo Nhamadjo falava aos jornalistas no regresso de uma cimeira que juntou na Costa do Marfim os líderes dos países da CEDEAO, um encontro que debateu especialmente as crises no Mali e na Guiné-Bissau.
 
Segundo o Presidente de transição trata-se de “uma data indicativa mas condicionada com a agenda interna”. Os guineenses, disse, “têm de ser corresponsabilizados a apresentar uma data realista, não muito asfixiante e não muito dilatada, uma data no meio-termo que esteja fundamentada e sobretudo consensual”. Nas últimas semanas tem sido discutida na Guiné-Bissau uma data para realizar eleições, na sequência do golpe de Estado de abril de 2012, visto que já não é possível realizar eleições em abril deste ano, como estava previsto. Entre os vários intervenientes do processo surgiram propostas que vão de seis meses a três anos.
 
Serifo Nhamadjo disse que na cimeira resumiu o que tem sido feito na Guiné-Bissau e que os líderes da comunidade regional elogiaram os esforços e “incentivaram a que haja maior inclusão”, quer nos debates quer nas “atividades de transição”. Foi-lhe proposto, disse, que apresentasse uma agenda de transição à Assembleia Nacional Popular (ANP), para que seja ratificada e depois submetida à comunidade internacional.
 
Segundo Nhamadjo, há propostas sobre o que tem de ser feito mas falta agora, durante o mês de março, concluir o processo “com datas precisas”. “O Presidente da República está a pilotar um processo nacional, que será depois submetido ao órgão legislativo que é a ANP. Não é o Presidente a fazer uma agenda, é juntar esforços nacionais para apresentação na instituição legisladora que é a ANP, para a validar”, afirmou. Esta semana a ANP e o governo entraram em rota de colisão, com o presidente do Parlamento a acusar o governo de dirigir o país sem orçamento e sem programa, tendo já gastado milhões de euros sem controlo, e de “não estar a fazer nada”.
 
O Presidente de transição no entanto minimizou a questão, afirmando que o exercício democrático permite que cada um dê a sua opinião. “Acredito que será encontrada uma solução porque estamos num exercício democrático. O Parlamento terá de fazer o seu trabalho, o governo o dele. E se um fiscaliza o outro sempre haverá essas pequenas incompreensões”, afirmou. Serifo Nhamadjo disse ainda aos jornalistas que no âmbito da cimeira se encontrou com o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy.
 
“Acredito que com o espírito aberto do novo secretário executivo e com a situação atual interna do país podemos reunir os consensos necessários na comunidade internacional para que apoiem os esforços internos da Guiné-Bissau. Esse é o pressentimento e a vontade que constatei”, disse. Serifo disse ter pedido na cimeira da CEDEAO que a comunidade internacional falasse “a uma só voz”. “A Guiné-Bissau não merece ser palco de gladiadores. Queremos que venham ajudar a gerir esta crise. A Guiné-Bissau sempre geriu mal as suas crises e quero que aproveitemos essa desgraça para a transformar em oportunidade para resolver os problemas”, disse.

FONTE: www.gbissau.com (Lusa, 28 de Fevereiro de 2013)